Blumenews 33165l

Censura e impostos: as obsessões que devoram o Brasil 556q4m

Censura e impostos: as obsessões que devoram o Brasil
Foto: Divulgação

Tuesday, 27 May 2025 52601k

Há ladrões de dinheiro e ladrões de liberdade.

A língua portuguesa vive me intrigando. Por que as palavras obsessão e obcecado têm grafias diferentes? Qual é o motivo de escrevermos uma palavra com s e a outra c? Ora, a resposta está na origem dos termos. “Obsessão” deriva do latim obsessio (cerco, assédio, bloqueio). “Obcecado” vem do verbo obcaecare, que significa tornar cego.

O governo brasileiro tem duas obsessões: impostos e censura. E está obcecado em manter-se no poder através delas. De 2023 para cá, aumentou em R$ 234 bilhões a carga de impostos (já descontada a inflação, que é o pior dos impostos). Para piorar, a reforma tributária do Haddad não só não vai diminuir essa carga, como irá centralizar a arrecadação, destruindo o que restava do nosso pobre federalismo.

Haddad segue um dos dez mandamentos de Marx e Engels para a implantação do socialismo: aumentar os impostos sem dó nem piedade. Não foi à toa que Haddad escreveu em 1998 um livrinho comemorativo aos 150 anos do “Manifesto Comunista”, com o singelo título “Em Defesa do Socialismo”. O recente aumento do IOF é mais um exemplo dessa obsessão marxista.

Os impostos são a obsessão — ou seja, o cerco, o assédio, o bloqueio — que o Regime PT-STF promove para sufocar a população brasileira. E a censura é o instrumento empregado para cegar os olhos da mesma população diante do processo de destruição do país.

Por isso, quanto mais impostos, mais censura; e quanto mais censura, mais impostos. E assim o Brasil vai sendo devorado.

Nunca é demais lembrar que o escândalo do INSS — o roubo dos velhinhos aposentados — foi concebido para suprir a extinção de um imposto: o imposto sindical. Todo mundo sabe a que campo político pertencem os sindicatos brasileiros e os bancos em que foram efetuados os desvios — mas essa informação o governo adoraria censurar.

Há ladrões de dinheiro e ladrões de liberdade. Quando estes triunfam, não podemos sequer reclamar daqueles.

O jurista e o golpista

No país do imposto e da censura, sobrou até para o Dr. Ives Gandra, decano do direito brasileiro. Indiretamente, o Imperador Calvo chamou o eminente jurista de “golpista”.

O caso me fez lembrar uma história que meu pai contava sobre a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Certa vez, durante uma aula nos anos 60, um aluno com fama de sabichão dirigiu-se ao professor:

— Excelência, este artigo da lei não poderia ser interpretado de outra maneira?

— Não. E por um motivo muito simples: eu sou o autor da lei.

Ives Gandra é esse professor. Não só ele conhece profundamente a Constituição Brasileira, como foi um dos seus inspiradores. Mas o sistema, em sua obsessão cega, precisa transformá-lo em golpista para que toda a farsa seja mantida em pé.

Respondam, meus sete amigos: quem é jurista e quem é golpista no caso?

Controle da linguagem

Os romances distópicos do século XX — notadamente “1984” e “Fahrenheit 451” — mostram que o controle da linguagem é um dos eixos centrais dos sistemas totalitários. No depoimento do ex-ministro Aldo Rebelo, testemunha de defesa do almirante Garnier, ocorreu um diálogo que parece extraído de uma página de Orwell.

Rebelo fazia um comentário sobre a expressão “estou à disposição”, usada por Garnier em reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro:

— Na língua portuguesa, conhecemos que se usa a força da expressão. A força de expressão nunca pode ser tomada literalmente. Se digo que estou frito, não significa que esteja na frigideira. Quando estou apertado, não significa que estou sob pressão literal. “Estou à disposição”, essa expressão não deve ser lida literalmente...

Nesse ponto, o Imperador Calvo interrompeu o ex-ministro:

— O senhor estava na reunião quando o almirante Garnier disse a expressão?

Rebelo sinalizou que não.

— Então o senhor não tem condição de avaliar a língua portuguesa naquele momento. Atenha-se aos fatos!

— Em primeiro lugar, a minha apreciação da língua portuguesa é minha e eu não ito censura!

— Se o senhor não se comportar, vai ser preso por desacato!

Foi isso mesmo que vocês leram, meus sete amigos. O Imperador Calvo decidiu censurar as interpretações da língua portuguesa em “seu” tribunal — e ameaçou prender quem se negou a ter sua linguagem controlada.

Comecei esta crônica por uma questão linguística, termino com outra. Afinal, estamos diante de uma obsessão judicial ou de um juiz obcecado?

Que meus sete leitores, mais uma vez, respondam.


>> SOBRE O AUTOR 4s465d

Redação 6m4f9

>> COMPARTILHE 213i24